Após encontro com o papa, babalaô ressalta importância da união entre as religiões

O interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), babalaô Ivanir dos Santos, encontrou em 27 de julho o papa Francisco, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a convite da Arquidiocese.

“Como sou sacerdote do Candomblé, sinto-me feliz com essa postura de aproximação por parte do Vaticano e do papa. As religiões de matriz africana sofrem perseguições indescritíveis. A afirmação de que o respeito entre as religiões é fundamental para a manutenção da democracia fortalece o nosso trabalho”, disse o babalaô.

Ele entregou ao papa o livro de fotografias “Caminhando a gente se entende”, obra que reúne imagens das Caminhadas em Defesa da Liberdade Religiosa, realizadas anualmente na orla de Copacabana, desde 2008, e também uma camiseta com os lemas da marcha: “Caminhando a Gente se Entende” e “Eu Tenho Fé”.

Santos falou ao papa sobre o genocídio de jovens negros no Brasil, as perseguições sofridas pelas crianças adeptas de umbanda e candomblé, e comentou sobre a necessidade de transformar as caminhadas em Defesa da Liberdade Religiosa em um movimento internacional. Ele ressaltou a necessidade de respeito às religiões tradicionais de matriz africana, bem como a todas as minorias religiosas.

“Ao ler o lema ‘Caminhando a gente se entende’ escrito na camiseta, o papa balançou a cabeça em sinal positivo, como quem, além de concordar, também enxerga, nessa união entre as religiões um caminho para a paz”, afirmou o babalaô.

A próxima Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa está marcada para 8 de setembro, às 11h, na orla de Copacabana